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Chip no cérebro faz jovem com paralisia retomar movimento das mãos e dos dedos

Chip no cérebro faz jovem com paralisia retomar movimento das mãos e dos dedos

Matéria original do site O Globo.

“Para alguém que possui uma paralisia, poder voltar a ter os movimentos de volta parece um sonho, porém, o Centro Médico da Universidade de Ohio conseguiu fazer com que um jovem de 23 anos, que tem uma lesão na medula, voltasse a mover as mãos e os dedos a partir de seu próprio pensamento.

Ian Burkhart sofreu a lesão quando foi nadar em uma praia e, ao mergulhar de cabeça, se chocou contra um banco de areia oculto por ondas. Com o impacto, quebrou o pescoço. Ian ficou incapaz de mover suas pernas e antebraços e passou a fazer reabilitação em um centro especial em Atlanta. Há alguns meses, foi convidado pelos médicos do hospital a participar de um programa que seria o teste deste dispositivo.

“No princípio, me interesse por gostar de ciência. Mas depois, logo pensei: esta é a maneira. Vou ter que oferecer o meu melhor porque participar para ficar sentado e resmungando não vai ajudar”, afirmou Ian em comunicado oficial.

O dispositivo, nomeado de Neurobridge, funciona como uma medula espinhal, ou seja, informações que são processadas pelo cérebro são enviadas em impulsos para os músculos responsáveis pela execução do movimento que deve ser feito.

Chad Bouton, um dos engenheiros responsáveis, diz que o sistema funciona como uma ponte de safena que envia sinais nervosos no lugar de sangue. Os pesquisadores trabalham há cerca de uma década combinando algoritmos que decodificam a atividade do paciente e na espécie de luva que recebe as informações no local paralisado, no caso de Ian, no antebraço.

Para que os sinais cerebrais fossem identificados, Ian passou por uma intervenção de três horas para implantar um chip do tamanho de uma ervilha no córtex. O chip fica conectado a um cabo que leva as informações para serem processadas. Quando o paciente pensa em mover a mão, a atividade neuronal gerada é transferida para este sistema que a leva até a luva no antebraço e gera impulsos elétricos apropriados para aquele músculo responder a demanda.

Os pesquisadores passaram a investigar as formas para modelar corretamente a sequência de eletrodos que permitiriam Burkhart mover seus dedos e braços de forma correta. Era necessário entender os diferentes sinais cerebrais para distintos movimentos como fechar a mão, prender os dedos e apontar.

Ian, por possuir mobilidade em seus ombros e braços teve uma vantagem sobre os outros pacientes. Porém, o diretor da Unidade de Neuroreabilitação do Hospital Universitário de Navarra, Manuel Murie, afirma que “teoricamente, o sistema deve ter os mesmos resultados em pessoas com tetraplegia completa, embora eu imagino que se tenha escolhido este paciente por ele ser jovem e tinha movimento muscular no braço, no entanto, isto requer uma operação muito complexa e, até agora, só gera movimentos específicos e disfuncionais”.

José Luis Pons, um dos engenheiros responsáveis, afirma que o sistema ainda é complicado.

— A pessoa tem que estar conectado a um computador e aos eletrodos. Não há, no momento, um dispositivo portátil e isto dificulta sua aplicação para o dia a dia — afirmou ao jornal El Mundo.

Já Ian mostra-se esperançoso com o avanço da tecnologia.

— Sou muito jovem e a ciência e a tecnologia estão avançando rapidamente.”

Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/sociedade/saude/dispositivo-faz-jovem-com-paralisia-mover-as-maos-os-dedos-13025729#ixzz46JGd8tNi

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