“Uma pesquisa realizada com quase quatro milhões de adultos, em quatro continentes, indicou que estar acima do peso diminui cerca de um ano da expectativa de vida de um indivíduo. Esse número aumenta para até 10 anos nos casos de obesidade mórbida.
A constatação feita pelo estudo, que foi publicado nesta quinta-feira pela revista The Lancet, refuta análises anteriores que concluíram que ter alguns quilos extras não traziam riscos para a saúde.
Em vez disso, a nova pesquisa revelou evidências de que o risco de morrer antes de seu aniversário de 70 anos aumenta “de forma gradual e acentuada” conforme a cintura se expande.
— Esse estudo mostra, definitivamente, que o excesso de peso e a obesidade estão associados a um risco de morte prematura — disse a líder da pesquisa, Emanuele Di Angelantonio, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.
Emanuele ainda afirmou que o risco de as pessoas desenvolverem doença cardíaca coronária, acidente vascular cerebral, doenças respiratórias e câncer “aumentaram todos”.
Uma equipe internacional de pesquisadores selecionou dados a partir de mais de 10,6 milhões de participantes de 239 grandes estudos realizados entre 1970 e 2015 em 32 países na América do Norte, Europa, Oceania e no leste e no sul da Ásia. O trabalho foi considerado o maior conjunto de dados sobre excesso de peso e mortalidade já reunido.
Para descartar o impacto de outros riscos de mortalidade, a equipe excluiu fumantes e ex-fumantes, portadores de doenças crônicas e pessoas que morreram nos primeiros cinco anos das pesquisas — e ficaram com uma amostra de 3,9 milhões de adultos.
O estudo ainda concluiu que se todas as pessoas com sobrepeso e obesidade tivessem níveis normais de Índice de Massa Corporal (IMC), isso evitaria uma em cada cinco mortes prematuras na América do Norte, uma em cada seis na Oceania, uma em cada sete na Europa e uma em cada 20 no leste da Ásia.
Em 2014, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 1,9 milhão de adultos em todo o mundo estavam acima do peso. Desses, mais de 600 milhões eram obesos.
O excesso de peso é associado a doenças cardíacas, derrame e até a alguns tipos de câncer.”
Matéria original do site Diário Gaúcho.
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